quarta-feira, 31 de agosto de 2011

JARDIM - O POLÍTICO MAIS INJUSTIÇADO DE PORTUGAL? (À atenção do Dr. Carlos Abreu Amorim....)

Bruxelas confirma «deslize» de 500 milhões na Madeira


Comissão Europeia reclama melhor monitorização

A Comissão Europeia confirmou esta quarta-feira «deslizes» nas contas públicas da Madeira na ordem dos 500 milhões de euros, que agravam o défice português em 0,3% do PIB, e reclamou uma melhor monitorização para prevenir novas derrapagens.

Em declarações à Lusa, o porta-voz da Comissão responsável pelos Assuntos Económicos e Monetários, Amadeu Altafaj Tardio, confirmou a notícia veiculada na edição desta quarta-feira pelo «Diário de Notícias» sobre a «duplicação» de dívidas e despesas do Governo Regional, inicialmente estimada em 223 milhões de euros, na avaliação da troika de meados de Agosto, mas que afinal atingem os 500 milhões.

O porta-voz apontou que os deslizes se devem a «dívidas de uma empresa do Governo Regional com problemas financeiros» (Estradas da Madeira) e a «um acordo abortado de Parceria Público-Privada» (PPP).

Segundo a Comissão, «estes deslizes exigem uma monitorização e gestão eficientes» por parte das autoridades regionais mas também locais, dada a necessidade de «conter riscos orçamentais, ao mesmo tempo que se procura melhorar as perspectivas de competitividade e crescimento, para toda a República Portuguesa».

O porta-voz remeteu quaisquer outros detalhes sobre a questão para a revisão do programa de ajustamento que será realizada na segunda quinzena de Setembro.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

UMA VERGONHA!

O Estado português enviou milhares e milhares dos seus cidadãos para a guerra. O mínimo que se impunha, independentemente da justeza ou não da causa que a tal levou, era que a memória daqueles que tombaram ao serviço da Pátria fosse dignificada. E nem o facto de as imagens abaixo serem de um cemitério numa ex-colónia justifica o abandono.

Ainda para mais estando perante um país (Angola) cujos dirigentes têm sido extremamente bem tratados pelos sucessivos governos de Portugal. O mínimo que se exigia era que não ocorresse este desprezo.

É triste ver a maneira como foram abandonados os que tombaram em nome de um Estado que não os merecia!

Cemitério de Sant'Ana, Luanda:






segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Em defesa do Colégio Militar

O texto que se segue foi publicado no jornal Público de 6 de Agosto.


Em defesa do Colégio Militar

O Colégio Militar tem mais de dois séculos de existência e embora haja avaliadores com créditos bem mais firmados e independentes do que os meus, considero que pelos exames por que passou ao longo da sua vida é-lhe devida uma nota de média elevada. Não é pouco, para 208 anos e para largos milhares de jovens que nele aprenderam bem mais do que os conteúdos programáticos das disciplinas curriculares.

À época em que o Colégio Militar foi criado os tempos eram conturbados, mas isso não impediu que já nessa altura se revelassem homens de visão, criativos e inovadores, enérgicos e determinados, como foi o caso de António Teixeira Rebelo, então Coronel do Exército e futuro Marechal.

Curiosamente em 1803 era Regente do Reino de Portugal o Príncipe D. João (futuro Rei D. João VI), trisavô de Duarte Pio de Bragança, que foi aluno do Colégio - o n.º 97 entrado em 1960 e que é hoje um referencial de valores que é justo realçar no meio da desestruturação que campeia.

Quando, nos primórdios do século XIX, António Teixeira Rebelo, começou a conceber e depois a materializar a criação de um estabelecimento de ensino, nos moldes em que o pensou, estava seguramente muito longe de pensar que, na sequência dessa ideia, ele se viesse a transformar no que foi e é o Colégio Militar, no que ele representou e representa, nas vicissitudes porque passou e no significado que teve e tem, não só para os que o frequentaram e as respectivas famílias, mas também, podemos dizê-lo, para o país no seu conjunto.

Estava certamente distante de admitir que o Colégio fosse alcandorado à fama e à influência de que veio a desfrutar, pelas provas prestadas de forma pública, quanto à excelência da educação proporcionada aos seus alunos, nas suas múltiplas componentes, de que não devem ser descuradas pela sua relevância, a educação física, mas também a cívica, a instrução militar e desportos mais completos como a equitação, a esgrima e o pára-quedismo.

Porque, apesar de na sua matriz fundadora o Colégio se destinar fundamentalmente a fornecer a aprendizagem de matérias escolares, o certo é que a formação global não se restringiu às disciplinas curriculares, antes foi completada por uma sólida educação moral dispensada aos seus alunos.

Os últimos anos foram, que me lembre, dos que mais fustigaram o prestígio do Colégio, e dos outros estabelecimentos militares de ensino, no âmbito de um quadro que caracterizo como de revolução silenciosa, com maior ou menor ruído, que vai fazendo o seu percurso para atacar o que são alguns dos principais pilares estruturantes da Nação: as Forças Armadas e a Família.
Contexto no qual se inserem artigos como o que o Professor Vital Moreira assinou no Público de dia 2 de Agosto.

Vale a pena relembrar que compete ao Estado, nos termos da Constituição Portuguesa em vigor, entre demasiadas e certamente excessivas funções, as de promover o ensino, assegurar a formação, nas suas múltiplas vertentes, dos jovens, e dignificar os valores que se podem considerar integrantes da identidade nacional, incutindo-os desde cedo nos adolescentes; pelo menos é assim que eu também leio a principal lei da Nação.

Ora, alguém tem dúvidas de que o Colégio Militar continua a constituir um importante instrumento para o cumprimento de tais desideratos?

Que fornece, de forma ímpar, uma educação que pode ser qualificada como integral?

Que os seus alunos, durante a permanência no Colégio, aprendem e solidificam todo um conjunto de princípios que, por mais que a desordem mundial evolua, e também por isso, se revelam da maior importância para defrontar os desafios com que diariamente todos somos confrontados?

Que a preparação global dispensada aos alunos do Colégio Militar se tem afirmado nos mais variados sectores de actividade da vida nacional?

Que, em momentos cruciais da vida do nosso país, a aprendizagem e a vivência que tiveram, os torna especialmente aptos para as mais difíceis missões e as mais delicadas situações?

Que o Colégio Militar é elitista, mas à saída, não à entrada?

Alguém tem dúvidas da importância, para um país, da formação de escóis?

E do bom exemplo que o Colégio Militar pode constituir para outras escolas do nosso país?

Existem dúvidas sobre a indispensabilidade da instituição militar?

Pugnar pela extinção do Instituto de Odivelas, do Instituto dos Pupilos do Exército e do Colégio Militar, mais não é do que uma forma encapotada e ardilosa de atacar a existência da instituição militar.

Miguel Félix António

Ex-aluno do Colégio Militar (curso de entrada de 1972)

Jurista/Gestor